domingo, 24 de outubro de 2010

Por momentos...

Por momentos, senti-me vir à tona, senti muito ao de leve que eu sou como Tu, como Ela, Elas, Todos, mais Alguém, quem sabe, sei eu que senti, que senti que era igual. Não é esta a minha vida, é aquela, aquela, "Amanhã vamos passear.", vamos, é assim o meu dia-a-dia, eu vejo-Te, vejo-A, vejo-As todos os dias. "Vamos ver aquela loja", disse Ela, e fomos, e olhámos, e vimos, vimos Todos. "Eu quero dar-lhe a mão", disseste, e demos as mãos, Todos, e fomos. Fomos Todos. Senti que era essa a minha vida. É assim que tem de ser. Sou como Elas. Sou como Tu. Sou como Todos.
Sim, vamos, amanhã, ou depois?, no fim-de-semana, encontramo-nos e vamos, Eu, Tu, Ela, Elas, Todos, Todos Nós, vamos. "Sou como Elas". Senti que era, que sou, que serei para todo o sempre. Um sentimento legítimo, forte, e não é para ser ignorado, porquê?, porque eu sou eu, porque sou mais nova mas que interessa isso?, eu senti, e o coração sentiu, e a pele, e o cabelo, e os olhos, e as mãos, e toda eu senti, então Sou.
Vamos. Ser. Ver. Fazer. Todos os dias. Quando nos apetecer. É bom. Porque não repetir?

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Livre (parabéns Wild!)



Uma rapariga descalça

Pisa a erva enquanto corre

Com suavidade e graça.


Quase voa

Na sua velocidade

Na sua liberdade 

Pode fazer tudo.


Ela está livre

Porque pode correr

Porque pode voar.


Porque pode gritar

«Sou Rainha

Sou Dona do Mundo

Sou Dona do Sol

Posso fazê-lo nascer

Essa hora é minha

Posso ler enquanto o vejo descer

Para se pôr e desaparecer lá ao fundo

E no dia seguinte vou fazer amanhecer

Porque sou livre e faço o que quiser».


Pode correr

Ganhar tanta velocidade

Que começa a voar

Quase sem se esforçar

Com leveza angelical.


Ela é livre

Ela é pura

É um anjo que vive

Sem qualquer amargura

Ou arrependimento

De vir ao mundo e crescer

Como qualquer outro ser.


________

Parabéns Wild Angel! Continua a crescer, não abuses é do teu lado selvagem!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Canto


sento-me no banco
e em frente ao computador,
aquele robot hipnotizador,
e canto.

assim passo a tarde,
lado a lado com esta arte.
saio do banco,
e, pela rua, canto.

podia estar a ler,
podia estar a escrever;
mas no entretanto,

eu canto.

domingo, 22 de agosto de 2010

Touradas


Se há coisa que me deixa em completo stress e mesmo enervada, são as touradas. Não suporto a escravidão dos animais, ali contravontade num espaço completamente limitado, com uma multidão a olhar para eles e a aplaudir a bravura (?) dos toureiros. Bravura? A bravura é toda dos touros. A serem espicaçados e maltratados, sem possibilidade de escapatória. Tentam defender-se e depois censuram-nos por isso. Se conseguem ferir os inúmeros atacantes que os espicaçam e maltratam, ainda por cima, depois de lhe terem serrado a ponta dos cornos, ficam logo "Ah, coitadinhos dos toureiros". Não gosto que isso aconteça; mas pelo menos pensem também nos touros!

Ontem estava a dar uma tourada na televisão. Acreditem ou não, eu chorei.

Quando estavam a empurrar o touro para a arena, ele ia a recuar, em posição de defesa, estão a perceber? Ele não queria ir para a luz, nem queria atacar o toureiro que estava na luz. Ele queria perceber porque é que o meteram ali, e a tentar defender-se. Quando o espicaçavam (e acreditem que não foi pouco, o raio da cavaleira nunca se calou com os gritos!), o touro, basicamente, só olhava para eles e só às vezes é que corria contra os cavalos/toureiros! Quando chegou a vez dos forcados, ele nunca correu contra eles como se costuma ver. Ele só, sei lá, digamos que foi tipo trotar. E quando chegava ao pé do forcado é que baixava a cabeça e depois a levantava com força para dar uma cornada.

Eu tive de sair da sala. Não aguentei, acreditem ou não. Mas este touro, tinha tanta bravura, tanta inteligência, eu voltei à sala de vez em quando. E chorei. E irritei-me tanto com o facto de haver touradas que logo a seguir a esse touro decidi que tinha de fazer alguma coisa. O que puder, e vou tentar perceber o que posso fazer. O mais rápido possível.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

A Espera


Acordei. Os raios solares polvilhavam o quarto com a luz matinal. Abri os olhos, esfreguei-os, e sentei-me na cama. Quando me levantei, alguém abriu a porta.
Ele sorriu-me.
"Que fazes aqui?", perguntei.
"Voltei."
"Esperei tanto tempo. O que aconteceu?"
"Eu explico-te. Mas primeiro, quero que saibas que te amo."
"Mentes. Nunca me disseste isso."
"Eu to digo agora."
"Abandonaste-me."
"Que querias que fizesse? Não tive escolha."
"Podias ter-mo dito antes."
Vieram-me lágrimas aos olhos. Ele aproximou-se e limpou-as.
"Tu já o sabias."
Abracei-o.
"Também te amo."
"Eu sei."

Mas acordei. Tinha sido apenas um sonho. Agarrei na fotografia dele e os os meus dedos crisparam-se na moldura.
Ele podia ter dito.
Mas eu sabia.

"Volta depressa."